Entre tantas transformações que o mundo digital nos trouxe, sem dúvida alguma a mais impactante tem sido o nosso comportamento enquanto consumidores. Todos os setores da economia que dependem dos clientes para sobreviver – indústria, comércio e profissionais liberais – estão sendo questionados e incomodados com essa quebra de paradigma, ainda não decodificado por todos nós.
Os consumidores vêm obrigando as empresas e o setor de serviços a reverem suas estratégias, a ponto de mesmo aqueles que não realizam sua venda pela internet serem impactadas por ela.
As redes sociais que surgiram com o objetivo de pessoas se relacionarem informalmente e se transformaram numa grande ferramenta de comunicação e negócios. Qualquer tipo de estabelecimento – lojas, restaurantes, consultórios médicos, escritórios de advocacia, enfim todo e qualquer tipo de serviço – se procurado está lá, de alguma forma sendo falado nas redes sociais.
O on e off-line não existem mais, o termo agora é all-line. E com a facilidade de criar páginas gratuitamente nas redes sociais, muitas empresas e profissionais liberais estão apostando nessa estratégia de divulgação, o problema é que muitas não estão se preparando para essa demanda sincronizada.
Esse comportamento multicanal, ou o que chamamos de Omnichannel, desafia as empresas a integrar sua comunicação com o público. E todos sem exceção precisam tomar cuidado com a marca que sustentam.
Já chegamos num ponto em que trafegamos simultaneamente no mundo físico e virtual. É mais do que comum entrar em uma loja, e ali dentro mesmo tirar o celular do bolso para pesquisar e comparar o mesmo produto que está diante de nossos olhos.
Quando criamos as páginas gratuitas há de se pensar que o modelo de negócios exige investimentos em logística adequada – estoques, distribuição, no caso de empresas que lidam com produtos tangíveis – e principalmente há de se planejar o atendimento adequado, a equipe dos bastidores e da linha de frente devem estar também conectadas.
Vemos muito empresas tratando sua loja virtual de forma independente da física, quando para o cliente não importa o canal, a marca é a mesma.
Outro dia mesmo aconteceu comigo, seguia uma loja de roupas feminina no Facebook e foi publicado uma blusa na qual eu gostei muito, e tinha a chamada para ir até a unidade mais próxima, pois bem, quando cheguei lá para ver, a vendedora me disse que não tinham aquela peça e que inclusive ela nem tinha chegado a ser colocada nas lojas físicas.
Veja que chato, você cria uma expectativa, leva o cliente até a loja e quando ele chega lá, sai frustrado.
A menina até tentou me segurar mostrando outros modelos, mas não teve sucesso, porque o que me motivou foi aquela peça, e eu queria exatamente igual ao que vi. Resumo, parei de seguir a loja, afinal o que adianta?
Omnichannel, não se sustenta sem estratégia e só estratégia também não é o suficiente, é preciso mudar a cultura da empresa, rever seus valores. A sociedade já está mudando, a geração X já está vivendo em um outro ritmo de consumo, agora imagine e as gerações Y e Z?
Os jovens da geração Y, são a geração verdadeiramente globalizada, a tecnologia já acompanhou o seu crescimento, são pessoas que consomem um grande fluxo de informações diariamente, estão sempre em busca de novas tecnologias e principalmente, estão acostumados a ir em busca do que querem, não se satisfazem com qualquer situação.
A geração Z, cresce com o uso da internet, essa geração nunca viu o mundo sem computadores e a necessidade extrema de interação e exposição de opinião já fazem parte de seu desenvolvimento. Eles buscam novidades o tempo todo e a vivência de experiências os satisfazem, precisam tocar, sentir, ver, ser surpreendidos.
Agora analise, diante desse cenário de novos consumidores, você acha realmente acha que dá para continuar atuante no mercado sem reestruturação interna? Acha que pode enfrentar os novos desafios usando estratégias ultrapassadas ou pior não ter estratégia?
Os negócios é que devem acompanhar a forma como a sociedade está se movimentando, porque o consumidor não vai esperar.
O novo consumidor quer ser reconhecido pela marca independente do canal, não o faça esperar, não peça para que a história seja repetida, não o obrigue a preencher um cadastro várias vezes. Se perguntar na rede social, esteja preparado para as respostas naquele canal e não mande seu fã responder a mesma coisa em outra plataforma.
Sobre essa de perguntar, também aconteceu esses dias no LinkedIn, uma empresa estava fazendo uma pesquisa sobre qual cor de produto lhe agrava mais, que eles iriam fazer uma edição exclusiva da cor mais votada. Vi que uma pessoa respondeu e a empresa pediu que ela respondesse a mesma coisa no site deles. Isso faz sentido para você? Para mim não fez… rsrsrs
Facilite as coisas e o trate como uma pessoa única, porque todos somos únicos, certo?
A tendência é que o espaço físico não mais seja um lugar de compra, mas de convivência. Uma alternativa para quem quer sair da rotina ver e viver coisas interessantes, interagir com pessoas de interesses comuns, aprender sobre os produtos, e se no final disso você se interessar acaba levando algo para casa. Veja que aqui estamos falando de relacionamento, mais uma vez.
Faça eventos que atraia o seu cliente, mostre para ele que há um bom motivo para ele sair de casa e ir até o seu estabelecimento. Elabore alternativas para receber o seu cliente, como quem recebe um convidado em sua casa. Segmente seu portfólio, reserve alguns modelos para comercialização exclusiva na loja física e outros na virtual, por exemplo.
Nós agora temos expectativas mais elevadas em relação a conveniência, a agilidade no atendimento e a disponibilidade de produtos e informações. Estamos sensíveis a estímulos.
Digo nós, porque todos somos em algum momento consumidores, mas quando estamos do lado do outro lado do balcão nos esquecemos disso. Pense naquilo que você deseja quando está na situação de consumidor: respeito, atenção, interesse, rapidez, e então se concentre nisso na hora de organizar seu negócio.
Sou Flavia Machado Okuyama, e trabalho com Marketing de Relacionamento com o Cliente, porque acredito que as relações humanas são a peça fundamental para melhores negócios.
Gestora da Class Marketing, uma empresa que ajuda marcas a fazerem a diferença na vida das pessoas.
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